A osteoporose é uma doença do esqueleto, caracterizando-se pela diminuição da resistência óssea, tornando os ossos mais vulneráveis a fraturas. A definição da osteoporose baseia-se, sobretudo, na quantificação da densidade mineral óssea avaliada por meios diagnósticos adequados (DEXA).

As fraturas causadas pela fragilidade óssea afetam mais frequentemente as mulheres depois da menopausa e os idosos, com grande perda de qualidade de vida – à medida que a idade avança, o processo de remodelação óssea (indispensável e desejável num osso normal) realiza-se de forma desequilibrada: o osso destruído é sempre superior ao osso formado, causando insuficiência de massa óssea. As quedas estão entre as principais causas dos traumatismos ósseos. Por esse motivo, é tão importante prevenir este tipo de ocorrência, sobretudo, junto da população mais fragilizada e idosa.

 


A quantidade de massa óssea é adquirida, quase na totalidade, até aos 20 anos: entre os 20-30 anos é atingido o auge em termos de massa óssea, que vai diminuindo a partir dos 40-45 anos de uma forma contínua em ambos os sexos e, no caso da mulher, de forma abrupta e rápida depois da menopausa. Em Portugal, estima-se que uma em cada duas mulheres e um em cada quatro homens venham a sofrer uma ou mais fraturas em consequência da osteoporose.

 

Sintomas da osteoporose

A osteoporose é uma doença “silenciosa”, podendo progredir sem qualquer sintoma ou desconforto ao longo dos anos até ao aparecimento da primeira fratura.

De um modo geral, a osteoporose manifesta-se pela ocorrência de fraturas com pequenos traumatismos (especialmente das vértebras, anca e punho). Em casos graves, mesmo pequenos esforços são suficientes para fraturar um osso enfraquecido. Os sintomas apenas surgem quando a doença está muito avançada, pelo que um diagnóstico precoce é essencial para que se possa impedir a sua progressão através de cuidados adequados.

Alguns sinais associados à osteoporose:

  • Aparecimento de alterações no corpo, como a perda de altura superior a 2,5 centímetros;
  • Aparecimento de cifose (curvatura acentuada das costas);
  • Ombros descaídos para a frente, ficando a cintura mais larga e o abdómen mais proeminente;
  • Dores nas costas, súbitas, intensas e inexplicáveis.

Causas da osteoporose

Apesar de ser mais frequente nas mulheres depois da menopausa e nos homens e mulheres idosos (com mais de 65 anos), existem fatores de risco que aumentam a probabilidade da doença. Alguns deles estão relacionados com estilos de vida pouco saudáveis e podem ser modificados, enquanto outros não.

Fatores de risco não modificáveis:

  • Género feminino;
  • Idade superior a 65 anos;
  • Raça caucásica ou asiática;
  • História familiar;
  • Pequena estatura;
  • Magreza excessiva.

Fatores de risco modificáveis:

  • Uma dieta pobre em cálcio;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Tabagismo;
  • Vida sedentária;
  • Algumas doenças (hipertiroidismo);
  • Consumo de certos fármacos como cortisona;
  • Imobilização prolongada;
  • Menopausa precoce.

Diagnóstico da osteoporose

Os testes para diagnóstico da osteoporose incluem a densitometria óssea, que mede a densidade do osso. Este exame é indolor e rápido, utilizando radiação numa dose muito menor do que a utilizada numa radiografia de tórax, e é muito fiável. A densitometria é recomendada para mulheres depois dos 65 anos e nos homens depois dos 70, ou em ambos os casos depois dos 50 anos se existirem fatores de risco.

Caso se confirme a presença da doença, é importante uma avaliação laboratorial para identificar as causas mais frequentes de osteoporose secundária ou outras causas de fratura, e uma radiografia da coluna dorsal e lombar para verificar a existência de deformação vertebral.

Tratamento da osteoporose

O tratamento da osteoporose passa por:

  • Exercício físico regular;
  • Uso de medicamentos para aumentar a massa óssea, analgésicos e suplementos de cálcio e vitamina D.

Os fármacos que aumentam a massa óssea, isto é, a quantidade de osso, são os mais importantes, porque vão reduzir o risco de fraturas. Alguns medicamentos atrasam a perda de osso e outros aumentam a sua formação. Será o médico a avaliar o tratamento que melhor se adequa a cada situação.

Os suplementos de cálcio e vitamina D são úteis sobretudo se a alimentação não contiver a quantidade de cálcio necessária. Estes podem ter várias formas e devem ser tomados após a refeição. No caso de pacientes com cálculos renais, é importante beber muita água para evitar que o cálcio na urina possa ser prejudicial.

Como prevenir a osteoporose

A prevenção da osteoporose procura manter a saúde dos ossos através da adoção de um estilo de vida saudável (hábitos alimentares e atividade física, sobretudo). Quanto mais cedo forem adotados hábitos saudáveis, maior a probabilidade de envelhecer com um esqueleto feliz. Neste caso, “prevenir é o melhor remédio.”

Hábitos alimentares

A alimentação é essencial, nomeadamente, o. consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D. Hábitos nocivos para a saúde do esqueleto devem ser evitados como o consumo excessivo de cafeína e álcool. Também o tabaco deve ser evitado.

Atividade física

A atividade física deve ser um hábito a manter em todas as fases da vida, adaptando a frequência e a intensidade à condição de cada um. Nos idosos com maior risco de queda, os programas de exercício devem ser adaptados individualmente e incluir marcha, fortalecimento muscular, postura e equilíbrio.

Evite as quedas

  • Evite locais mal iluminados e pavimentos molhados ou derrapantes;
  • Escolha calçado com revestimento em borracha, antiderrapante;
  • Retire os tapetes de todas as divisões da casa ou faça-os aderir ao chão com material próprio;
  • Não se levante da cama durante a noite sem acender a luz;
  • Avalie com o seu médico a medicação que possa perturbar o seu equilíbrio;
  • Em caso de haver insuficiência, tente melhorar a sua visão e audição.

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